Livro Educação Baseada em Evidência: o que todo professor precisa saber

Ao lermos o título “Educação baseada em evidências”, esperamos que desponte para os leitores a necessária questão, nestes tempos de negacionistas e de fake news espalhadas nas redes sociais e no cotidiano das nossas existências, do quão importante é o conhecimento científico.

Em tempos pandêmicos, de uma tragédia sem precedentes na história contemporânea, é fundamental tratarmos da educação e daquilo que está na sua base de significação: a formação humana. Nesse sentido, o papel da ciência é o apoio inevitável para o desenvolvimento do conhecimento humano e a elaboração do entendimento na nossa percepção da realidade e compreensão de mundo.

O conhecimento científico, a partir da sua sistematização e organização, busca pelo rigor e pelas evidências. Baseando-se em fatos, pesquisas e não opiniões, a ciência é condição para nos auxiliar na superação destes tempos de dificuldades causados por essa doença.

É condição favorável também para vencermos os retrocessos produzidos por lideranças das mais diversas áreas que optaram por negar o conhecimento científico, apostando nos “achismos” ou na defesa não de evidências científicas, mas de narrativas falaciosas e polarizadoras, como se tudo pudesse ser reduzido a uma questão de opinião. Vislumbrando um mundo de “verdades”ideológicas e não de dúvidas metódicas, como já nos ensinavam o filósofo René Descartes no alvorecer da ciência moderna,os negacionistas e os negacionismos nos levam para um mundo pré-moderno.

Há tempos sabemos que a Terra não é plana e, inevitavelmente, que a ciência não tem dois lados, mas que se faz pela pesquisa e análise dos fatos e das evidências. Não é puro empirismo.

Por isso, exige seriedade, responsabilidade e deve ser submetida aos pares. Ela não trabalha com verdades, mas com teorias, que podem ou se manter ou ser revisadas por outros pesquisadores, dentro de critérios científicos. A ciência não é dogma. Ao contrário, nos ajuda a desnudar a realidade.

E, aqui, é importante lembrar que a complexidade da educação é constituída pela condição de nossa humanização. Não somos ratinhos de laboratório. Tampouco cabe a nós sermos adestrados por estímulos e reforços. Formar não é formatar. Temos que estar sempre atentos.

Desse modo, a ciência é sempre meio, nunca fim em si mesma. Os métodos são sempre caminhos, não fundamentos imutáveis.

Por isso, apresenta-se como bem-vinda a discussão proposta por Luciana Brites e por Roselaine Pontes neste contexto em que vivemos. Almejamos que ela contribua para os estudos e para a formação em educação e que auxilie, a partir da perspectiva do conhecimento científico, para construirmos uma sociedade mais esclarecida, democrática e inclusiva. 

Nesse espírito, fazemos votos para que, lendo este trabalho, nos tornemos mais enriquecidos na busca pelo conhecimento.

Que tenhamos uma boa leitura!